Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013

Ai, o nosso Povo!

Primeiro: Anda com as candeias às avessas ou anda muito tapadinho. Então não é que agora um tal cantador da ilha de S. Jorge é que vai a todas as festas e arraiais na ilha Terceira e já faz de carreira urbana as viagens aéreas…

 

Segundo: De carreira urbana? Explica lá isso melhor que estou a apanhar bonés…

 

Primeiro: Sim. Raciocina comigo. Todas as semanas há festas, certo?

 

Segundo: Certo.

 

Primeiro: Quando há cantoria lá vem o tal indivíduo de olhos esbugalhados, certo?

 

Segundo: Certo. E o que tem?

 

Primeiro: O que tem?! Eh, hôme! Pois tu não vês que a ilha Terceira está à cunha de cantadores e ainda precisa mandar vir um (ou outro) de outra ilha?! E ainda por cima ficam os mais antigos (e vivos) na prateleira?!

 

Segundo: Pois… ‘Tou a ver… Mas a culpa não é minha…

 

Primeiro: Ai não, que não é… Tu também vais a todas as cantorias que o dito vá para dares o teu aplauso bem valente… e até acho que pareces um gravador, captas tudo e mais alguma coisa…

 

Segundo: Alto lá e para o baile, digo a cantoria (risos nervosos) … Eu só dou aplausos quando ele canta bem… Homessa!

 

Primeiro: Ah, então se ele vem cá muitas vezes e dizem cantar bem tu dás aplausos até esfolares as mãos de tanto bater…

 

Segundo: Pois… Talvez tenhas razão. Mas o gajo é bom e olha que se não fosse uma certa coisa já tinha feito mais mossa do que aquela noite nos…

 

Primeiro: Epá, cala-te já. Não venhas agora levantar o que está arrumado e muito bem arrumado… Adiante… e voltando ao início… O nosso povo anda muito tapadinho e não mede as consequências dos seus atos. Pois digo-te que não se vem à borla e essas viagens não são lá muito baratas. Podiam pegar nesse dinheiro suado pelo povo e dá-lo aos que se entregam de alma e coração a este bem-aventurado dom que tem e que são naturais e residentes na ilha Terceira.

 

Segundo: Mas é bom haver esta troca de cantadores… Uns para cá e outros para lá…

 

Primeiro: Concordo mas quantas vezes já viste ir a outra ilha o mesmo cantador?!

 

Segundo: Os consagrados costumam viajar mais vezes…

 

Primeiro: Ah, os consagrados… Epá, ouvi esse termo há bem pouco tempo num festival ali para os lados da Praia da Vitória… Os consagrados… Estavam lá todos, com certeza. Todos, todos?

 

Segundo: Não. Faltavam alguns consagrados, pelo que sei.

 

Primeiro: Pois também sei… São sempre os “mais” consagrados. Porque se não vejamos: Viste lá o (…), e o (…) e o (…) e a (…) …?

 

Segundo: Ah, essa estava lá e cantou mais do que devia ter cantado… Tinha alguns quase pegados no sono… Eu sei que podiam ter dormido mas davam nas vistas.

 

Primeiro: Estás quase a dar-me razão… Mais um pouco e estamos de acordo…

 

Segundo: Por falar em acordo… Ouvi dizer que houve uma espécie de concurso a ver qual se safava melhor na primeira parte na descoberta de novos talentos…

 

Primeiro: Ah, sim! Conta, conta… Agora que começaste vai em frente…

 

Segundo: Ele há coisas que nem lembra ao diabo… Até que o rapaz é um poço de sabedoria e canta bem mas não havia muitas alternativas. Por mim escolhia o outro mas a coisa podia não calhar bem. Isto de competir entre uns e outros dá sempre pano para mangas…

 

Primeiro: Por acaso até achava melhor haver descoberta de novos talentos mas na presença de um júri com gente que sabe o que está a fazer e não por conveniência.

 

Segundo: Plenamente de acordo…

 

Primeiro: Bingo! Até que enfim que concordas comigo…

 

Segundo: Desta vez, concordo e digo-te porquê. Porque se houvesse vários talentos em cena e houvesse um júri neutro e competente a coisa mudava de figura e ia-se fazendo eliminatórias até se apurar o verdadeiro abençoado pelo dom de improviso…

 

Primeiro: Eliminatórias?! Bem pensado… E o que falta para tal acontecer?!

 

Segundo: Na minha leiga opinião falta haver alguém que tome pulso a estas coisas e não deixe por mãos cujo interesse seja apenas um… o seu…

 

Primeiro: Mas existe uma Associação de Cantadores nos Açores…

 

Segundo: Então, mais me ajudas… Porque não se leva a cabo uma organização com cabeça, tronco e membros e, já agora, tenha pernas para andar e fazer algo de jeito com convocatórias escritas, o mesmo que dizer convites endereçados aos consagrados e aos que porventura um dia o serão…

 

Primeiro: É pena que esta nossa conversa não esteja a ser ouvida por alguém de direito…

 

Segundo: O que te falta?! Grava e põe no youtube… (risos)

 

Primeiro: Mas agora já não dá… Consegues rebobinar tudo o que falámos até aqui…

 

Segundo: Claro que não, mas o outro consegue…

 

Primeiro: Qual outro? ‘Tás tolo ou quê? Não vejo aqui mais ninguém…

 

Segundo: Hôme! Estava a brincar… Só fiz uma espécie de comparação com aquele que não perde uma e depois a gente já nem apetece a ir ouvir cantoria porque ela vai aparecer no tal de youtube…

 

Primeiro: Ah! Já sei… Mas isso é por causa da diáspora…

 

Segundo: Seja essa tal de diáspora seja o que for… Assim tira visibilidade ao vivo…

 

Primeiro: Quem gosta verdadeiramente de cantoria vai ver na mesma porque é bem melhor ao vivo do que ver num quadradinho e, volta e meia, ter de ir ali e já venho…

 

Segundo: Mas olha que está a ter muito sucesso. Só é pena que a criatura não faça negócio…

 

Primeiro: Negócio?! Olha-me este… Pagar os cantadores, pagar os tocadores, pagar a água que bebem, pagar isto ou aquilo e ainda pagar o repórter?!

 

Segundo: Sim, porque não?! Afinal sai de casa com a câmara às costas, passa horas a fio a zelar para que fique tudo bem gravado, tem de ficar até que os olhos, os ouvidos e sabe-se lá mais o quê lhe doa…

 

Primeiro: Pois… Mais uma vez ‘tá certo… Há que ver bem as coisas como elas são…

 

Segundo: Por falar em elas… E elas?

 

Primeiro: Elas, o quê?

 

Segundo: As cantadeiras… É pena que seja só uma…

 

Primeiro: Só uma?! Hôme, mas há por aí uma outra…

 

Segundo: Também ouvi…

 

Primeiro: A cantar?!

 

Segundo: Sim.

 

Primeiro: E…?!

 

Segundo: Tem boas mensagens mas a voz ainda não está tipo “ópera” como a primeira…

 

Primeiro: Tipo “ópera”?! Explica melhor isso… Como é agora isso?!

 

Segundo: É que a pequena está a cantar duma maneira que não há quem a apanhe… Até parece que estudou canto e leva aquilo tudo como quem canta “ópera”…

 

Primeiro: Hôme, isso assim desvirtua, a meu ver, o verdadeiro timbre da cantoria que se faz com a voz que se tem e, que eu saiba, os antigos não andaram a estudar canto…

 

Segundo: Ah, por falar em estudar… Há uma quadra que guardei na mente de uma cantiga que ouvi… da outra…

 

Primeiro: Ah, sim! E qual foi….

 

Segundo: Deixa cá pensar… Foi mais ou menos assim: “A cantiga nos saúda, a palavra vai além, o improviso não se estuda, ou se tem ou se não tem”…

 

Primeiro: Uau… Essa foi forte. Aposto que foi aplaudida…

 

Segundo: Claro… Isto parece-me que foi por causa de alguém que pensava que cantar se podia pensar antes e levar na mente… Só que nada como deixar o dom atuar.

 

Primeiro: Achas que essa outra tem dom?

 

Segundo: Acho mas ainda não caiu em graça… Um dia quem sabe…

 

Primeiro: Bom, pois não sei. Agora tenho de ir andando porque já me dói o c* de estar aqui sentado…

 

Segundo: Também eu… Então, até outra hora.

 

Primeiro: Adeus, amigo… Queres ouvir uma, para acabar a conversa?

 

Segundo: Manda…

 

Primeiro:


Se eu fosse cantador
Como aqueles que o são
Construía um andor
Prá viola e pró violão.

 

Segundo: Epá está um espetáculo… Já agora queres ouvir outra?

 

Primeiro: Com certeza, amigo, bota…

 

Segundo:


Se tu fosses cantador
Talento de nova era
Pra chegares a ter andor
Muito mais de ti se espera.

 

(risos)

 

E ambos seguiram à gaitadaria, abraçados olhando o paraíso que é a ilha.

publicado por Terceirense às 13:12
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Quinta-feira, 21 de Maio de 2009

Eu sou Ilha... Brava e Doce na estampilha

Lamento informar, se é que faz alguma diferença para os leitores e visitantes, que este blogue irá pausar por tempo indeterminado uma vez que existem algumas dificuldades de o manter activo com artigos assíduos, como seria desejável por parte de quem suporta toda e qualquer letra que aqui cai, quer seja da minha autoria quer seja da autoria de outrem, com os devidos créditos.

Ultimamente lê-se muito pela blogosfera que o plágio é o tema forte e que há autores de blogues que foram plagiados e, mais grave, que os seus poemas foram adulterados com as nuances dos "novos" / falsos autores. Realmente é imperdoável e tal acto é punido por lei. Hoje em dia as leis são a tábua de salvação para uma montanha de crimes. Cá para mim isso deve-se à falta de se olhar a Lei maior, a Lei que não provém do homem mas sim de Deus. Essa Lei não tem rectificações e é aplicável a qualquer situação e sempre se resumiu nisto: Amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos. Se prestarmos bastante atenção, o termo Amar não é um termo à toa, nem é difícil de definir: Amar é Acreditar, é Querer Bem, é Pensar altruistamente, é Seguir a Lei que Deus criou, é Ver no seu semelhante o Deus vivo. Quem não acredita, não quer bem e não pensa que fere os outros não Ama verdadeiramente.

Outros motivos que me levam a pausar são as desgraças actuais e a crise económica. Há que canalizar esforços para as áreas que requerem a nossa atenção e prontidão de serviço.

A quem quer que pouse aqui o seu olhar desde já deixo um aviso: Não ao plágio. "Um por todos, TODOS por um" é o grito que se ouve pela blogosfera e eu também concordo e adiro.

A minha «Ilha Brava e Doce» não desaparece porque fica ao cuidado do SAPO que sabe como a preservar das intempéries. O SAPO sempre foi e há-de ser o "batráquio" mais potente do mundo cibernauta. Para este grupo de pessoas, que não medem esforços para nos contentar, o BEM-HAJA!

Agradeço, também, à Rosa Silva ("Azoriana") e ao autor de "Futebol, Gente e Toiros" pela colaboração disponibilizada.

... Eu sou de colores,
da Ilha,
Brava de tradições,
Doce na cortesia e nos sabores

... Sou dos
Açores

Até logo... Abraços

publicado por Terceirense às 10:45
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Quinta-feira, 14 de Maio de 2009

Roteiro da Administração Regional e Local da Região Autónoma dos Açores



É o que chamo de verdadeira preciosidade regional, o Roteiro da Administração Regional e Local da Região Autónoma dos Açores, na
versão electrónica e em papel, naturalmente.

Com as novas funcionalidades, temos ao nosso alcance um mundo de informação sobre os mais variados organismos da nossa Região. Pessoalmente acho de grande importância o facto de se puder actualizar dados online. A DROAP terá sempre a responsabilidade de validação das actualizações na medida em que o formulário está acessível a todo o cidadão.

A impressão de etiquetas trouxe o requinte especial e facilita muito a tarefa de divulgação de informação por parte dos organismos.

Merece o nosso reconhecimento todo o empenho prestado pela Direcção Regional de Organização e Administração Pública (DROAP).







publicado por Terceirense às 12:07
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Sexta-feira, 8 de Maio de 2009

Água quanta queira - Uma ideia urgente e admissível...

Por favor, pensem num jeito de transformar a água do mar (salgada) em água própria para consumo mesmo que tenha algum sabor diferente. É urgente e admissível que, em vez de construirem reservas de água (que não chove), dêem bom uso ao que o mar continua a dar, com estudo de mecanismos que ajudem nessa conversão.

As ilhas não têm necessidade de passarem por falência de água, sendo rodeadas por um majestade de água por todos os lados. Tenham isso em atenção para não falhar a água no Verão.

Pode nos faltar quase tudo mas a água é um bem insubstituível.

publicado por Terceirense às 11:30
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Terça-feira, 28 de Abril de 2009

Marque já a sua presença no Verão de Angra do Heroísmo

Num Verão sem Mundial de Futebol e Jogos Olímpicos, não será nenhuma burrice pensar que os burros a correr em Angra captarão o interesse dos principais canais televisivos.(...) Continue a ler aqui, pois há mais texto e do melhor. É que os burros vão entrar em corridas muito badaladas daqui para a frente. Vale uma aposta?!

publicado por Terceirense às 10:57
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Enquanto houver amor, ilha e arte blogarei por toda a parte...

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