Conheço uma família
monoparental cujo membro familiar está a braços com uma dívida
existente relativa à habitação. Até aqui nada de estranho, é o comum
da actualidade. As famílias que querem ter abrigo e que, pelo menos,
um dos membros trabalha e recebe honorários pelo seu trabalho, podem
candidatar-se a habitação porque o Banco ajuda, caso se reúnam as
condições essenciais ao contrato.
Voltando ao caso... A dívida
desta família, que desmoronou, ficou dividida a meio: 50% para um dos
cônjuges e 50% para outro. Acontece que a crise alastra (até nos
Bancos) e, então, uma das partes foi chamada ao Banco onde a dívida
vai correndo, para entregar alguma documentação que diziam estar em
falta. A pessoa foi ciente de que levava a documentação correcta e
dirigiu-se ao balcão.
Aí é que algo deu para o torto (ou não),
dependendo do que o futuro trará: a pessoa em dívida sabia que as
prestações mensais podiam ser mais suaves e tentou saber se, no seu
caso, era possível baixar a elevada quantia que, a muito custo,
dispensava todos os meses mesmo que faltasse para o agregado familiar
o resto do mês. Foi-lhe dito que sim, que era possível rever o
"spread" e a taxa Euribor mas que teria que provar que o seu
ordenado seria direccionado para a sua conta e que teria de aderir a
uma série de cartões (débito, crédito, PPR) de forma a ser cliente de
muitos serviços bancários...
Para algumas pessoas isto até
seria um oásis... Imaginem a alegria de puder gastar e só dali a
tempos ver-lhes descontados os gastos... Mas como é que uma pessoa que
já tem dificuldades mensais vai fazer bom uso destes cartões? Como vai
conseguir poupar um cêntimo para "amealhar" no cartão
leve de PPR (Plano Poupança Reforma)?! Não será mais um
trampolim para se endividar?
Resultado: Se vier a reduzir na
mensalidade da prestação irá ficar com outro dilema - baixou ali e
levantou acolá.
Atenção, senhores governantes e gerentes dos
Bancos, não induzam as pessoas em erro e se não conseguem baixar as
prestações mensais sejam frontais e não inventem mais dores de cabeça
ao "Zé Povinho"! Tenho a certeza que não haverá grande
benefício para esta família. O futuro o dirá... E Portugal cada vez se
afundará mais.
Não é por acaso que
gosto de recorrer ao motor de pesquisa "Google", que hoje até está
muito jeitoso, ora vejam:
É para comemorar a chegada da Primavera 2009. Um logótipo criado por Eric Carle.
Mas o que me levou a entrar nesta meta, foi o facto de querer confirmar os dias comemorativos do mês de Março, e fui navegando até chegar a um poiso, digo um blog dos alunos da Turma 12 da Escola Básica de Breia de Cima - Afife, Viana do Castelo - Portugal. Interessante. Isto levou-me a distrair dos dias mundiais porque fiquei com um novo pensamento: Porque é que os alunos das Escolas da Região Autónoma dos Açores não se animam a fazer um blog escolar?! Teriam bastante para contar... Ou será que já há alguns?! É uma questão de pesquisar noutra hora mais calma.
Por agora iriam falar do dia da Primavera; mais tarde os do Verão, Outono e Inverno. Já teriam escrito sobre o Dia da Mulher (avó, mãe, tia, irmã), Dia do Pai (avô, pai, tio, irmão). Depois teriam escritos para tudo quanto é dia porque afinal todos são dias de comemorar a vida. E a vida há que ser bem vivida e devemos deixar algo para que alguém mais tarde nos possa recordar com uma simples frase: hoje comemora-se o dia de... (deixo ao vosso critério o que colocar em vez das reticências).
E viva o começo das tardes grandes
Dos cheiros que a natureza dá
Do calor
Da amizade floral
Dos verdes a levitar de alegria
Dos pássaros entoando os hinos
Em reinados pacíficos.
Olhem a natureza
E cantem a sua beleza!
Enquanto houver dia e noite,
Sol e lua,
Mar e terra,
Deus e Amor
Nada mais que isso
Para se viver o valor
Das pequenas coisas...
Alô Primavera,
A vida te
espera!
@Terceirense
"Hélio Costa: O
humorista que escrevia poemas de amor", Diário Insular, 15 Fev
2009:
Todos o conhecem como o escritor de bailinhos de
Carnaval, mas Hélio Costa lança, a sete de Março, o seu primeiro livro
de poemas de amor. Chama-se "Lava de Sentimentos".
A manhã é
reservada para as danças e bailinhos. Hélio Costa tem mais de
quatrocentos títulos presos, em folhas de papel A4, na parede do
escritório da casa das Lajes. Mas a noite, quando o pensamento se
torna mais pesado e profundo, é, há perto de três anos e meio, para
escrever poemas de amor. Que nunca pensou publicar.
"Comecei a
escrever há uns anos, mas nunca com a ideia de que isto pudesse depois
dar um livro. Até que vieram umas pessoas amigas cá a casa e começámos
a falar de poesia. Acabei por lhes mostrar os poemas que tinha feito e
disseram-me que aquilo até dava para ser publicado", conta, escolhendo
as palavras devagar, com cuidado.
Mas os poemas acabaram mesmo
em livro. Hélio Costa escreve poemas de amor com a mesma energia que
guarda para os bailinhos. O livro terá perto de 80 páginas, mas
garante que já escreveu perto de uma centena.
"Lava de
Sentimentos" é lançado a sete de Março, no Auditório do Ramo Grande,
na Praia da Vitória, com apresentação de Álamo de Oliveira. Outro
lançamento está marcado para o dia 29 do mesmo mês, no Portuguese
Center de Lowell, nos Estados Unidos da América.
Nota-se que
Hélio Costa guarda algum receio em relação a esse momento. Já não tem
nervosismo quando vê subir um bailinho ou uma dança escrita por si a
um palco de uma sociedade, porque isso já aconteceu tantas vezes. Os
risos e o aplauso do público são esperados. Mas os poemas de amor são
outra coisa. "Antes de avançar para a publicação, pedi o apoio da
direcção regional da Cultura. Isso foi, por assim dizer, a prova de
fogo. Se não conseguisse um parecer positivo, queria dizer que não
valia a pena". Os apoios chegaram.
Mas por que começou o
escritor de bailinhos a dedicar-se à poesia? "Era uma vontade que
tinha dentro de mim, algo que me apeteceu fazer. Quem me conhece sabe
que eu gosto de fazer muitas coisas diferentes. O conteúdo do livro
não está baseado em factos da minha vida. Há total liberdade e
imaginação. Não houve mudança nenhuma. O que houve é que nós, humanos,
uns mais do que outros, mas todos, temos sentimentos. Eu, apesar de
ter o meu lado humorístico, tenho também os meus
sentimentos".
Além disso, a escrita de bailinhos deu uma ajuda
no que diz respeito ao aspecto técnico. "Principalmente na facilidade
da rima, porque as danças são todas em rima. E, porque não, cada dança
tem um tema, e também pode ter havido nesses temas algo que me tenha
ajudado neste livro".
Hélio Costa mantém, no entanto, a
reserva. O seu livro nasceu das horas vagas e não da vontade de
"competir" com qualquer outro poeta. Até porque não lê muita poesia.
"O que leio gosto e aprecio a qualidade, mas não leio muita poesia
porque falta tempo. Agora, não quero competir com ninguém, nem pensar
nisso".
O factor surpresa
O que não encontrará decerto
competição é a surpresa que o lançamento de um
livro de poesia por Hélio Costa provocará nas pessoas. "Muito pouca
gente sabe até agora. E tenho a noção de que será uma grande
surpresa", diz. Este factor surpresa também é reconhecido pelo
vereador da Cultura da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Paulo
Codorniz. "É um formato a que as pessoas não estão habituadas,
decerto. Não esperam algo como isto vindo do Hélio Costa. Estão mais
habituadas a que ele as faça rir", afirmou a DI.
A esposa e a
família sabem dos poemas. Alguns amigos têm conhecimento que escreve
mas não que pretende publicar. "A minha mulher e a minha família
também me deram apoio. Aliás sempre o fizeram, ao longo da minha
vida". A inspiração, diz que não a vai buscar directamente à vida
real. Nos seus
poemas estão presentes a Lua, o Sol, o Mar. "A quem ler o livro, o que
posso dizer é que o que ali está é fruto de dar liberdade à imaginação
e sonhar. Sonhar, porque toda a gente sonha, e uma grande parte do
livro baseia-se em sonhos... É inspirado também no mar, porque temos o
mar à nossa volta, e penso que, para quem escreve, o mar serve como
inspiração. Nos meus poemas existem esses elementos: O Mar, o Sol, a
Lua", diz.
Mas admite que as pessoas os inspiram, em toda a sua
complexidade. "Imaginamos outras pessoas, a sua maneira de estar, a
maneira de viver, os sentimentos, embora nós não estejamos dentro
delas. É a tal liberdade e imaginação a funcionar".
Resta a
Hélio Costa continuar a dividir a manhãs para os bailinhos e as noites
para os poemas de amor. Por agora, permanece na mente dos terceirenses
como o escritor de danças de Carnaval. "É como disse Álamo de
Oliveira, que vai fazer a apresentação. As pessoas vão comprar o livro
a pensar que, já nas primeiras três páginas, vão estar a rir. Mas não.
Aqui
podem ver mais um pouco do meu fundo".
Enquanto houver amor, ilha e arte blogarei por toda a parte...
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